Pesquisar neste blogue

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Confirmação

Como já antes tinha avisado, juntei-me a um grupo (Sandrina e Vanessa) da minha turma. Como tal, este blog deixa de ter efeito no âmbito do trabalho de Semiótica. Contudo, deixa-lo-ei online, para manter a minha informação inicial disponivel e, também, quando vir alguma novidade no mundo do Design Social poder partilha-la, não misturando com a informação mais particular do blog do grupo ( http://semioticasresearch.wordpress.com/ ).
Obrigado.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Idoso ou Velho?



Idoso:

“É uma pessoa que tem muita idade. São classificadas assim quando têm ou mais de 60 anos (nos países em desenvolvimento) ou mais de 65 anos (nos países desenvolvidos). (…) São pessoas que tentam compreender os tempos modernos e a nova juventude, mantendo-se em forma praticando desportos e tento passatempos. (…) Na maioria são pessoas que não puderam aproveitar bem a vida e tentam agora fazê-lo. (…) Contudo, são pessoas descriminadas, devido a problemas que acompanham esta fase da vida”



Velho:

“É algo que existiu há muito tempo. Algo gasto com o uso. Que possui certa qualidade ou exerce certa profissão. Muito idoso.”


Será que já pensamos o que uma pessoa de idade avançada pensa quando o chamamos de idoso ou de velho? Ou a nova denominação de “cota”?
A palavra velho está mais relacionada com uma coisa, do que com uma pessoa. Aliás, por experiência própria, quando chamamos estas pessoas de “velhos” elas respondem de forma grosseira que “Velhos são os trapos”.
Será que a nossa sociedade tem noção desta situação? Nem estamos a falar de design agora, mas de uma questão de respeito para com as pessoas. Como podemos mudar?

AVISO

Decidi juntar-me a um grupo, visto que ia ser complicado gerir a todas as etapas. Portanto, juntei-me ao grupo da Sandrina e Vanessa da turma de Design de Interiores.

A intenção projectual está aqui presente http://semioticasresearch.wordpress.com/ .
Já começamos a reunir informações, exemplos e entrevistas no âmbito do trabalho, contudo ainda nao sabemos como vamos gerir em termos de blog devido à existência de dois neste momento. Contudo, fica aqui o aviso. De qualquer maneira, colocarei alguns dos exemplos neste blog.

Quanto tivermos a situaçao resolvida, aqui será divulgada. Também continuarei a colocar novidades de Design Social que vou encontrando juntamente com o processo do trabalho.

Ainda, a intenção projectual publicada anteriormente neste blog fica sem efeito devido a estas mudanças de última hora.

Obrigado.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Egoísmo disfarçado


Até este momento, toda a pesquisa realizada era algo mais vaga, mais dispersa, procurando simplesmente nos situar dentro do design social, de nos dar referências. Algo que é notório, não só da minha parte mas certamente do resto dos alunos, é a constante do design servir para “ajudar os outros”. Esta expressão aparece em quase todos os exemplos dividindo-se em vários públicos alvo: pessoas que pretendem seguir a vertente mais ambientalista; pessoas que querem ter objectos de design e viver numa sociedade desenvolvida; entre outras. Contudo a mais utilizada é mesmo as pessoas necessitadas, onde os recursos não chegam. Nesta ideia, chegamos a dois caminhos diferentes para a caracterizar: a metade esquecida; quando lembrada, faz outros aproveitarem-se dela de algum modo.
Cerca de 90% da população mundial não consegue ter os recursos necessários: alimentares; energéticos e, ainda, uma boa dose de alegria e carinho. Obviamente é uma falha da nossa sociedade, visto que temos recursos a mais (como o exemplo de muitas frutas serem destruídas porque são produzidas em demasia, adicionando ainda o factor de passarmos por uma crise), simplesmente somos egoístas ao ponto de nos lembrarmos destas pessoas quando acontece uma catástrofe (como recentemente o Haiti desencaminhou a atenção de todos) ou quando se celebram datas marcadas pela serenidade e família (o Natal, entre outros).
É ridícula a nossa atitude egoísta. Contudo, o Design foi uma área que se manteve fiel ao seu significado, deixando sempre desafios, concursos e pedindo o voluntariado para se criar novos objectos que vivem por si só, não necessitando de energia eléctrica e que funcionam tão bem quando os que a utilizam (posso pegar em exemplos presentes neste blog, como a máquina de ecografias que ganhou um concurso, e ainda o Potters and Peace que permite a filtração das águas).
A ironia de tudo isto é que criamos um Design até mais responsável e futurista para estas pessoas do que para nós. Quando digo responsável, refiro-me à ideia da preocupação que temos cada vez mais com o ambiente. Não estaremos a dar objectos deste carisma a estas pessoas permitindo deles esse menos índice de poluição, para nós podermos poluir? Será que é um dos muitos meios de esconder este nosso egoísmo continuo? São quase perguntas sem resposta, em que cada vez que tentamos responder, mais perguntas surgem.


Sites utilizados:

- http://other90.cooperhewitt.org
- http://s189535770.onlinehome.us/pottersforpeace/
- http://www.designcanchange.org/#home
- http://www.davidberman.com/social/dogood.php
- http://design-altruism-project.org/

Solar AID



http://www.godisa.org/index.html

Aproximadamente 10% da população do mundo tem uma deficiência auditiva incapacitante, e 80% deles vivem em países em desenvolvimento. A parte mais cara de um aparelho auditivo é a bateria, que precisa de ser continuamente substituída. Solar AID permite que esta mesma seja recarregada através da energia solar.
Felizmente, é estimado não só ser confeccionado para os países em desenvolvimento, mas como também se expandir para todos os outros países.

Potters of Peace




http://s189535770.onlinehome.us/pottersforpeace/

Potters of Peace oferece assistência, com o objectivo de melhorar as condições, pegando nos nossos artesãos espalhados por todo o mundo para desenvolver o mundo.
Através da confecção de potes de cerâmica e disponibilizando-os para as populações mais danificadas e necessitadas, permitem a filtração da água, melhorando a qualidade desta. É um exemplo eficaz de Design Social, um exemplo forte de como por vezes o design consegue ser simples e eficaz para o bem comum.


sábado, 30 de janeiro de 2010

Intenção Projectual

Ao longo da primeira etapa relacionada com esta proposta de trabalho, busquei por significados, textos e exemplos derivados das palavras “Design Social” e “Design Participativo”. Durante toda esta fase mais dada à pesquisa e assimilação de ideias, pude verificar, nunca tendo duvidado e apoiando fielmente, a conotação e interesse pelos aspectos ambientais actuais. Como é do conhecimento de todo (é a realidade que vivemos actualmente) as mudanças climáticas, o excesso de poder o homem sobre a natureza, tem efeitos secundários como os que vivemos agora. O design é um bom meio de utilizar as energias naturais no âmbito de um melhor design e de proporcionar mais qualidade de vida para as pessoas (criam-se até objectos que se carregam através da relação destes com o corpo humano). Também outro aspecto marcado na pesquisa é a necessidade de ajudar as pessoas mais desfavorecidas onde a energia e recursos não chegam. Aí entra ainda mais a ideia de um objecto como extensão do corpo, onde funcionam através do impulso humano (como a máquina para visualizar o embrião que ganhou um prémio de design, em que se der à manivela, a máquina funciona durante algum tempo, consoante o gasto a proporcionar energia). Utilizamos objectos que não precisam nem de energia eléctrica nem natural para funcionarem com os mais desfavorecidos, porque não utilizamos também objectos deste género? É a questão que me perguntei muitas vezes ao longo do trabalho, e talvez seja este o conceito que utilizarei no projecto a realizar.
Em termos de ideias, ainda são muito vagas, contudo, tenho bastante noção da necessidade de imbuir a ideia de que precisamos de viver bem, da melhor maneira, mas sem nunca deixar de pensar no que nos rodeia, dai que virei mais para o lado da concepção de um produto, e menos de um espaço. Também tenho definido que o projecto a criar deve ser colectivo, pois assim é que a palavra se espalha, o Design se espalha.

Outros exemplos

Existindo inúmeros exemplos no bastíssimo mundo da internet, ficam aqui outros blogs dedicados a exemplos como estes.

- http://www.treehugger.com/
- http://osocio.org/
- http://backspace.com/notes/
- http://www.socialdesignblog.org/
- http://other90.cooperhewitt.org/

Ainda, quero salientar que ao longo das próximas fases, continuarei a publicar exemplos que achei interessantes.

City of Fact/ory




[ http://yatzer.com/2069_city_of_factory_by_yaohua_wang ]

Este projecto, encontrei num blog de novidades na área do design já antes de ter sido lançada esta proposta de trabalho. Como falei citei antes (através da expressão de Arnold), é necessário “redesenhar” o que nos é habitual. Yaohua Wang um vulgar estudante de arquitectura em Beijing, enquanto criava a sua tese final, percebeu que era exactamente necessário mudar os sectores da sociedade actual da China, conseguindo chegar à City of Fact/ory. As suas propostas incidem sobre o sector industrial, o qual sente precisar de uma mudança brusca, criando uma formação de fábrica de baixo preço, e aumentando assim o desenvolvimento tecnológico forte no seu país.

The Venus Project


[ http://www.thevenusproject.com/ ]

Este projecto, em termos de escala, é o maior. Esta empresa pretende levar a humanidade para um novo caminho. Pegando em problemas como o aumento da violência, a substituição do homem pela máquina, a destruição de ecossistemas (ou seja, as mudanças negativas da nossa sociedade), dedicam-se a criar quase como uma ecosfera em que nós seres humanos consigamos viver em harmonia com o nosso redor, resumindo, pretendem utilizar a tecnologia na sua vertente positiva. Contudo, sugiro profundamente que o link seja visitado.

Swinging Batteries


[ http://www.greenlaunches.com/gadgets-and-tech/cell-phone-batteries-that-charge-by-swinging-them-around.php ]

Pegando na ideia de através das nossas energias conseguirmos fazer algo funcionar (não sendo uma metáfora), encontrei este exemplo em que ao fazer-mos a bateria de um telemóvel girar, através de um dedo, conseguimos carrega-la. A meu ver, facilitaria a vida de todos, para além de ser outra solução muito ambiental.

Freeplay fetal heart rate monitor


[ http://designtoimprovelife.dk/index.php?option=com_content_custom&view=article&id=373:free-play-fetal-heart-reat-itor&catid=9:winners-2009&Itemid=20 ]

Este monitor foi um projecto que venceu o prémio INDEX do ano 2009. Visto que em países remotos é difícil conseguir que as mães tenham condições e ainda adicionando o facto de a energia ser escassa, este monitor, permite examinar o feto. Mas como? Basta accionar o poder através de uma manivela durante um minuto, o que permite estabelecer 10 minutos de exame (se forem dois minutos de acção sobre o monitor, ter-se-á 20 minutos de exame, e por ai fora). A nossa própria força, energia, permite que o produto funcione(no site onde se encontra este objecto, podemos descobrir outros novos produtos e até premiados)

World of mouth against HIV


[ http://www.womagainsthiv.org/it/Default.aspx ]
[ http://osocio.org/message/world_of_mouth_against_hiv/ ]

Já numa vertente de design de comunicação, temos esta campanha relativamente à obrigação, de todos, do uso do preservativo. Na realidade, o site trata-o não como um assunto normal, mas como um manifesto, apresentando também uma campanha publicitária. (o segundo link trata-se de um blog com muitos mais exemplos desta vertente de design social transmitido através da comunicação)

CD Sea



[http://www.cdsea.co.uk/]


Sendo um projecto ligado mais á vertente da Arte, Bruce Munro, conhecido pelas suas criações à luz, criou um “mar de cd’s” na Austrália. Inspirado pelos reflexos na água num dia de praia, pediu para todos nós, seus observadores, para mandarem todos os cd’s dos quais enchemos a prateleira para criar este espectáculo de luz que ainda preside.

Better Place



[http://www.betterplace.com/company/]


“Better Place” é o líder mundial de prestador de serviços para veículos eléctricos (EV – electric vehicle), catalisando a transição para o transporte sustentável. Oferecem serviços para permitir a adopção confiante e utilização do EV. Constroem e operam infra-estruturas e sistemas para optimizar o acesso e utilização de energia. Trabalham com os jogadores do ecossistema para permitir uma solução atraente e integrado.
Surge em 2006, através da mão de Shai Agassi, propagando a ideia de sustentabilidade para países como Dinamarca, Israel, EUA, entre outros. A ideia da empresa é mostrar que os automóveis híbridos não são simplesmente uma moda, mas uma necessidade.Em termos de infra-estruturas, criam postos onde se podem carregar e trocar as baterias dos veículos e, ainda, constroem nas propriedades dos consumidores, para permitir um abastecimento mais contínuo.

Exemplos

Ao longo da minha pesquisa, surgiram inúmeros projectos e, como podemos verificar, o design é uma área tão basta e tão difícil de dividir, que decidi colocar exemplos sem uma noção específica (entre as duas que escolhi). Também, complementei a informação com links, visto que assim poder-se-á melhor clarificar algumas ideias.
Nos próximos posts mostrarei parte ds exemplos encontrados.

O que é o Design Participativo?

Faber-Ludens
[http://www.faberludens.com.br/pt-br/node/35]

“A proposta do Design Participativo é valorizar a participação de usuários durante o processo de desenvolvimento de produtos e serviços. Através de oficinas e ferramentas colaborativas, os usuários participam activamente da definição das características do que está sendo projetado.
Design Participativo é parte da transição das Sociedades de Massa rumo às Sociedades Civis. “O consumidor assume o seu papel de cidadão, participa da criação de bens culturais, exercita a crítica e actua politicamente.” (…)
Uma das vantagens (e desafios) do Design Participativo é sua capacidade de motivar as pessoas a se envolverem no delineamento do futuro a partir das experiências vividas no passado e no presente. Tendo vivência real da situação, os participantes podem contribuir com propriedade, enfatizando os aspectos que lhe são cruciais, como: dilemas políticos; tabus; relações de poder; fluxo de trabalho; afetividade; dialetos. (…)
Não existem muitas referências práticas sobre como proceder ao adotar o Design Participativo em projectos de Design de Interação. Os autores argumentam que a prática depende muito da situação e não se pode generalizar um processo válido para qualquer situação. Entretanto, alguns elementos são recorrentes em processo de Design Participativo: estudo etnográfico; rituais de comprometimento; oficinas participativas; jogos organizacionais;prototipação.”



• Participative Design Using Soft Systems Methodology
[http://www2.truman.edu/~apresley/ais98.pdf]

“Design participativo é um instrumento eficaz para a concepção de sistemas organizacionais onde diversificados objectivos de usuários e clientes de diferentes organizações devem ser conciliados.”



• Participative Design Workshop

[http://www.scribd.com/doc/22872740/Participative-Design-Workshop]

“Design Participativo é um processo de grande estrutura e participação em que as pessoas redesenham as suas própria estruturas organizacionais.”

Design Social




Ficam aqui mais alguns links relacionados.
- http://www.youtube.com/watch?v=HhlwRXZcnT8&feature=related
- http://www.youtube.com/user/socialdesignsite
- http://designparatodos.blogspot.com/2005/08/designer-seu-papel-social.html
- http://www.socialdesignblog.org/writers/
- http://www.socialdesignblog.org/2009/04/scientific-discoveries/
- http://www.unscratchable.info/index.php?/shared-bookshelf/

O que é o Design Social?

Definição

Wikipédia
[http://en.wikipedia.org/wiki/Social_design]

“Design Social reúne muitas definições e é uma expressão utilizada para fins muito diferentes em todo o globo. Algumas definições existem dentro do mundo do design e referindo-se ao design no seu sentido tradicional, ou seja, na concepção de produtos e serviços. Outras definições referem-se ao projecto social, como a criação da realidade social; concepção do mundo social. (…)
Dentro do mundo do design, Design Social é por vezes definida como um processo de projecto que contribui para o melhoramento do bem-estar e da subsistência. A ideia de Design Social é inspirada em teorias como as de Victor Papanek onde se fala da responsabilidade dos designers e profissionais criativos e, assim, tornam-se capazes de causar uma mudança real mo mundo através de um bom design. Designers podem contribuir para a concepção de produtos mais ecológicos, seleccionando cuidadosamente os materiais que usam. (…)
Design Social pensando no mundo do design, junta-se o tema do desenvolvimento do capital humano e social com novos produtos e processos que são rentáveis. Rentabilidade e apropriação dos processos são os pilares da sustentabilidade que sustenta o bem-estar. (…) Trata-se de uma actividade que não deve ser enquadrada com conotações de caridade, doações de ajuda, ajuda, etc Não é um trabalho voluntário, mas deve ser visto como um contributo profissional que desempenha um papel no desenvolvimento económico local ou meio de subsistência. (…)
Fora do mundo design, Design Social aparece em vários ambientes profissionais. Há um número crescente de artistas, especialmente na Escandinávia, que usam o termo projecto social para descrever seu trabalho, embora a obra está exposta no mundo da arte.
O termo Design Social é também cada vez mais usado para descrever a concepção do mundo social. Esta definição implica uma percepção de um homem a realidade que, consequentemente, só pode ser alterada pelo homem, e é alterado pelo homem, o tempo todo. (…) Há um debate emergente deste conceito de Design Social, que engloba todas as outras definições do termo, por exemplo, na comunidade on-line em SocialDesignSite.com.”



Fórum de Design Social
[http://www.institutodamanha.com.br/forum/forum.htm]

“Design Social é entendido como uma ferramenta de inovação e de comunicação, capaz de transformar necessidades e desejos humanos em produtos e sistemas de modo criativo e eficaz, adequados não somente do ponto de vista económico, mas também, sociais, culturais e ecologicamente responsáveis.”



Design Colectivo
[http://www.designcoletivo.com/conceitos/design-social/]

“O Design Social apoia-se no entendimento de que nós designers, somos os responsáveis por criar pontes, facilitar a relação entre o indivíduo e o mundo que o cerca e deixando de lado qualquer discurso inocente, fica evidente o tamanho da nossa responsabilidade na construção e desenvolvimento da sociedade a nossa volta.
É preciso deixar claro, no entanto, que o Design Social nada tem a ver com assistencialismo, as acções desta vertente do design têm como foco, transformar situações de desigualdade social e tecnológica, oferecendo através do design, recursos para que estas barreiras sejam superadas, gerando oportunidades de desenvolvimento com resgate da cidadania e a dignidade. Pensar soluções para combater o frio de quem vive na rua ou mesmo maneiras alternativas e mais viáveis de construir habitações, combater a seca, criar meios para desenvolver regiões sem grande potencial industrial ou agrícola são só alguns dos desafios encontrados.
Sabendo da importância e impacto que o nosso trabalho tem na transformação de paradigmas, é impossível pensar o design sem levar em consideração o impacto ambiental e moral de nossas acções e cabe a provocação: você está satisfeito com as condições do local e sociedade que o cerca?
Como agentes da transformação, cabe a nós a missão de cumprir o papel de designers sociais, seja pensando melhor no impacto ambiental que os materiais das embalagens que desenvolvemos causa ou no impacto das mensagens que deixamos em nossos sites, blogs e etc.”






Textos relacionados


Social Design (“Who would have thought that design could be so “deep”?”)
[http://www.socialdesignblog.org/2009/08/design-so-deep/]
“ Devo dizer que quando entrei pela primeira vez no mundo do design sinceramente não tinha uma ideia concreta sobre o que a palavra abrangia. No início eu decidi entrar no “cenário de design” procurando satisfazer as minhas necessidades criativas. Depois, durante meu último ano de faculdade vi-me confusa. Não era possível que o design gráfico fosse apenas sobre imagem corporativa, branding, perfeitamente desenhado para publicidade de revista e Photoshop. Encontrei-me em conversas intermináveis sobre a escolha da tipografia perfeita, criando a marca perfeita e decisiva para o conjunto absolutamente perfeito. Eu estava em crise. Eu sempre tive uma alma idealista e todas aquelas conversas sobre logos começaram a fazer-me mal. Foi neste momento, quando eu descobri o aspecto social do design. O design tem um lado profundo. Existem alguns muitos indivíduos idealistas dotado que tentam melhorar e até mudar o mundo através do design, através da concepção de processos.
O nosso mundo chegou a um ponto crucial de mudança. Com todos os problemas que temos tido ultimamente, como a crise económica, as alterações climáticas, desastres ambientais e conflitos políticos, entre outros, é evidente que algo está muito errado com a sociedade que construímos para nós mesmos. Junto com esses problemas, o nosso mundo alcançou também uma nova era de design, criando um papel totalmente novo para os designers, dando-nos infinitas possibilidades para melhorar a nossa sociedade. Agora os designers têm de se preocupar mais com a criação de desenhar processos ao invés de um “produto de design”. Este novo papel não substitui o tradicional, mas sim trabalha lado a lado com ele, criando e abrindo um novo campo de actividades. É-nos dada a oportunidade de criar redes com pessoas individuais, empresas, organizações sem fins lucrativos, instituições locais e globais que, juntos, geram medidas concretas para a sustentabilidade. A ideia de o que é um designer no nosso dia-a-dia tem de mudar. Temos de aprender a ver designers como actores sociais e como planeadores estratégicos que pretendem criar plataformas para as soluções”




Reactor (“Design e coesão social”)
[http://reactor-reactor.blogspot.com/2009/05/design-e-coesao-social-com-base-num.html]
“Com base num cruzamento assumido entre a cultura e a economia, a ética e a comunicação, a estética e a funcionalidade, o design, que é essencialmente uma matriz projectual altamente flexível centrada nas necessidades globais do ser humano, parece estar em condições de se tornar a disciplina operativa deste século. As questões da coesão social, quer vindas de diferenças culturais, quer vindas de diferenças económicas, físicas ou etárias, são um campo de acção extraordinário para os designers. O design inclusivo, por exemplo, ocupa-se neste momento de criar soluções que possam ser utilizadas por todos, de um modo abrangente e não-discriminatório. Mas podemos ir muito mais longe. Podemos investir no desenvolvimento de programas específicos em zonas de actual ou futura disfuncionalidade. Os designers são formados para criar soluções pragmáticas e democráticas para problemas de diversa ordem e podem - devem - ser utilizados para responder a todas estas novas questões que minam a nossa frágil estrutura social. A questão do envelhecimento, uma em tantas outras que corroem o edifício onde nos instalámos, convencidos de que, se pagássemos a renda, a coisa se mantinha, é prioritária. É já o nosso hoje e amanhã vai-nos cair em cima com uma força desmesurada e demolidora.”

O Design de hoje, pensando no amanhã


Todo o tema desenvolve-se através de uma reflexão atenta à entrevista realizada a Guta Moura-Guedes, em que se pergunta “De que tipo de design falamos?”. Ao analisarmos a sua resposta, entendemos que design está muito além do que algo palpável (“de objectos”), e que é uma disciplina à qual se deve motivar o gosto, a expansão, tomando formas diferentes, ousadas e que potencializam a maior aderência do público geral.

Hoje em dia o design encontra-se espalhado por inúmeros sectores, cursos e áreas de trabalho, pois, lentamente, começa-se a entende que é como um combustível capaz de proporcionar um maior desenvolvimento, mas nunca esquecendo de tentar solucionar problemas e pontos que se encontram errados no nosso mundo. O design só existe se houver alguém a satisfazer e, como esse público-alvo nunca ficará satisfeito na sua totalidade, volta-se a pensar no projecto originalmente construído, na tentativa de o adoptar a essa percentagem desconsolados; ou seja, o design e um processo sem fim, um meio que pode funcionar como fim, mas nunca um fim total, dai que falamos sempre de design na sua vertente social.

Arnold Wassernen, entre muitos outros teóricos de design que se encontram no site “Design to improve life”, fazem uma retrospectiva do design social, puxando-o para o futuro. Todo este site promove, como o próprio nome diz, um design eficiente, diferente e que pensa no melhor para um público. Arnold, na sua entrevista “Design 2050”, fala na importância da vertente social do design e dos seus próprios criadores. “O designer tem de entender o que é necessário, aprender a aprender com o mundo”, pois o futuro depende exactamente desse estudo extensivo dentro e fora da área (a ligação de diferentes com o mesmo propósito: melhorar a vida de todos). O design hoje em dia é utilizado não só na criação de peças atractivas, como em avanços tecnológicos, como meio de ligação da política e público, entre outros; o design “é uma disciplina que todos deviam poder ter”, pois é a área que está destinada a estudar as pessoas, a lidar com elas, incluindo a aprendizagem da construção de um projecto (se todos somos designers, devemos de aprender a sê-lo da melhor maneira). Também Milton Tan, em que a sua entrevista se encontra no mesmo site, concorda, complementando a ideia com a noção de “demonstrar”, de conseguir-se total real algo que parte do imaginário.

Nesta entrevista, Arnold fala de um projecto pioneiro criado em 2006 que consegue unir design e tecnologia, facilitando e modificando os nossos modos de vida, mas também a utilizar a ideia de proteger o meio ambiente (o projecto encontra-se no exemplos mais à frente). Este “modificar de modos de vida” é falado pelo autor como “a necessidade de redesenhar o que já existe”, e para o fazer é necessário entender que nós somos um povo egoísta, que mesmo havendo uma percentagem elevada de pessoas sem recursos, gastamos “os recursos de 3 planetas iguais ao nosso”. Nós, jovens e futuros designers, temos aqui apresentado o desafio total.

Passando para a entrevista de Milton Tan, encontramos quase as mesmas palavras de Guta: “tem de haver conexões, network, levar as relações a outro nível dentro do design; criar movimento e longevidade, mas ao mesmo tempo permitir uma aproximação”. Esta ideia, como é obvio, desenvolveu-se sobretudo ao aparecimento da internet, onde fazendo um clique podemos encontrar todo o tipo de conteúdos, podendo encontrar blogs unicamente dedicados tanto à teoria como à prática do design. A meu ver, este factor, entre muitos outros, ajudou no crescimento da mentalidade geral perante o design; antigamente, ir para um curso como Artes ou Design era algo considerado uma perda de tempo, em que as pessoas diziam mesmo “é um curso em que não trabalhas”, não sabendo eles da existência deste jogo, desta grande responsabilidade perante um público, contudo, hoje em dia podemo-nos orgulhar de só a minoria pensar assim. Mesmo assim, o desafio já foi lançado e nós temos de lutar por conseguir levar o design mais acima do que já se conseguiu.




Nota: Aqui ficam alguns links relacionados com o texto introdutório ao tema anterior.

- http://designtoimprovelife.dk/index.php?option=com_content&view=article&id=402&I temid=231

- http://arnoldwasserman.com/design2050/

- http://gutamouraguedes.com/

- http://reactor-reactor.blogspot.com/2009/05/design-e-coesao-social-com-base-num.html




Introdução

No âmbito deste trabalho decidi começar por introduzir o tema que levantou a criação deste blog. Acho que é necessário esta contextualização onde, para além de poder partilhar a minha opinião, ainda consolidarei alguns exemplos. O que será o Design de amanhã? É a questão que coloco, nao pretendendo encontrar uma resposta concreta, mas mostrando o caminho que estamos a fazer e necessitamos de melhorar para nos aproximarmos de um futuro em que o design se mostrará como sendo o caminho para reorganizarmos o nosso mundo.

Apresentação

O meu nome é Ana Rita Ramos (nº2808) e sou aluna na ESAD (Escola Superior de Arte e Design), no 2º ano do curso de Design de Interiores. No âmbito de uma proposta lançada na disciplina de Semiótica, criei este blog tentanto não guardar toda a matéria construída unicamente para mi´m, mas partilhando com todos e pedindo que a utilizem para criarmos um design ainda melhor no futuro.