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sábado, 30 de janeiro de 2010

O Design de hoje, pensando no amanhã


Todo o tema desenvolve-se através de uma reflexão atenta à entrevista realizada a Guta Moura-Guedes, em que se pergunta “De que tipo de design falamos?”. Ao analisarmos a sua resposta, entendemos que design está muito além do que algo palpável (“de objectos”), e que é uma disciplina à qual se deve motivar o gosto, a expansão, tomando formas diferentes, ousadas e que potencializam a maior aderência do público geral.

Hoje em dia o design encontra-se espalhado por inúmeros sectores, cursos e áreas de trabalho, pois, lentamente, começa-se a entende que é como um combustível capaz de proporcionar um maior desenvolvimento, mas nunca esquecendo de tentar solucionar problemas e pontos que se encontram errados no nosso mundo. O design só existe se houver alguém a satisfazer e, como esse público-alvo nunca ficará satisfeito na sua totalidade, volta-se a pensar no projecto originalmente construído, na tentativa de o adoptar a essa percentagem desconsolados; ou seja, o design e um processo sem fim, um meio que pode funcionar como fim, mas nunca um fim total, dai que falamos sempre de design na sua vertente social.

Arnold Wassernen, entre muitos outros teóricos de design que se encontram no site “Design to improve life”, fazem uma retrospectiva do design social, puxando-o para o futuro. Todo este site promove, como o próprio nome diz, um design eficiente, diferente e que pensa no melhor para um público. Arnold, na sua entrevista “Design 2050”, fala na importância da vertente social do design e dos seus próprios criadores. “O designer tem de entender o que é necessário, aprender a aprender com o mundo”, pois o futuro depende exactamente desse estudo extensivo dentro e fora da área (a ligação de diferentes com o mesmo propósito: melhorar a vida de todos). O design hoje em dia é utilizado não só na criação de peças atractivas, como em avanços tecnológicos, como meio de ligação da política e público, entre outros; o design “é uma disciplina que todos deviam poder ter”, pois é a área que está destinada a estudar as pessoas, a lidar com elas, incluindo a aprendizagem da construção de um projecto (se todos somos designers, devemos de aprender a sê-lo da melhor maneira). Também Milton Tan, em que a sua entrevista se encontra no mesmo site, concorda, complementando a ideia com a noção de “demonstrar”, de conseguir-se total real algo que parte do imaginário.

Nesta entrevista, Arnold fala de um projecto pioneiro criado em 2006 que consegue unir design e tecnologia, facilitando e modificando os nossos modos de vida, mas também a utilizar a ideia de proteger o meio ambiente (o projecto encontra-se no exemplos mais à frente). Este “modificar de modos de vida” é falado pelo autor como “a necessidade de redesenhar o que já existe”, e para o fazer é necessário entender que nós somos um povo egoísta, que mesmo havendo uma percentagem elevada de pessoas sem recursos, gastamos “os recursos de 3 planetas iguais ao nosso”. Nós, jovens e futuros designers, temos aqui apresentado o desafio total.

Passando para a entrevista de Milton Tan, encontramos quase as mesmas palavras de Guta: “tem de haver conexões, network, levar as relações a outro nível dentro do design; criar movimento e longevidade, mas ao mesmo tempo permitir uma aproximação”. Esta ideia, como é obvio, desenvolveu-se sobretudo ao aparecimento da internet, onde fazendo um clique podemos encontrar todo o tipo de conteúdos, podendo encontrar blogs unicamente dedicados tanto à teoria como à prática do design. A meu ver, este factor, entre muitos outros, ajudou no crescimento da mentalidade geral perante o design; antigamente, ir para um curso como Artes ou Design era algo considerado uma perda de tempo, em que as pessoas diziam mesmo “é um curso em que não trabalhas”, não sabendo eles da existência deste jogo, desta grande responsabilidade perante um público, contudo, hoje em dia podemo-nos orgulhar de só a minoria pensar assim. Mesmo assim, o desafio já foi lançado e nós temos de lutar por conseguir levar o design mais acima do que já se conseguiu.




Nota: Aqui ficam alguns links relacionados com o texto introdutório ao tema anterior.

- http://designtoimprovelife.dk/index.php?option=com_content&view=article&id=402&I temid=231

- http://arnoldwasserman.com/design2050/

- http://gutamouraguedes.com/

- http://reactor-reactor.blogspot.com/2009/05/design-e-coesao-social-com-base-num.html




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